A pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgou os resultados da Cesta Básica de 2019. Nas 16, das 17 capitais pesquisadas foram registrados aumentos que variaram de 4,85% a 23,64%, todas as variações ficaram acima do INPC/IBGE (4,48%) do período. A cesta básica de Porto Alegre subiu 8,95%, o dobro da inflação medida pelo INPC (4,48%).
Esse aumento afeta principalmente a população de menor renda já que proporcionalmente o peso da alimentação no orçamento dessas famílias é maior. Quem ganhou salário mínimo (R$ 998,00 = valor líquido de R$ 918,16) em dezembro de 2019 gastou mais da metade do seu salário (55%) somente com a compra dos itens básicos da alimentação (R$ 506,30), sobrando muito pouco para os demais itens do orçamento.
Mensalmente o DIEESE calcula o salário mínimo necessário para atender uma família de quatro pessoas, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em dezembro de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.342,57.
Ao anunciar o reajuste para o salário mínimo em 2020, passando o valor de R$ 998,00 para R$ 1.045, o governo não garante a distribuição do crescimento da economia (PIB de 2018 foi de 1,3%) corroendo o poder de compra de 49 milhões de pessoas (os que menos ganham), Se fosse seguida a política de valorização (PIB + INPC) o novo valor deveria ser de R$ 1.053,00.