Mulheres trabalham na linha de produção da fábrica de armamentos Brewery Road Works, em 1916, na Inglaterra — Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London
No dia 8 de março foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data, criada em 1917 para a celebração da luta pelos direitos das mulheres, é um marco para o reconhecimento e fortalecimento do feminismo e, portanto, da luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
O evento só foi oficializado em 1975, mais de 60 anos após sua criação, em uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). E diferente de outras datas comemorativas, essa foi uma das poucas ocasiões que não foi criada pelo comércio. A luta pela justiça para o gênero feminino, apesar de ter sido oficializada no calendário mundial há menos de 50 anos, já existe há milhares de anos. Desde a Idade Média, com a caça às bruxas, e até antes disso, as mulheres lutam para terem seus direitos assegurados e reconhecidos.
A data nasceu após uma conferência na Dinamarca em busca de direitos igualitários, em 1910, e foi consolidada por um histórico incêndio em uma fábrica em Nova York em 1911. Em 1909, dois anos antes do incêndio, as mulheres nova-iorquinas que trabalhavam na fábrica têxtil haviam feito uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho e o voto feminino. Em conjunto com os nascentes sindicatos e com o Partido Socialista da América, elas se reuniram em uma passeata que reuniu cerca de 15 mil mulheres. A fábrica, na época, recusou as reivindicações. Um ano mais tarde, em 1910, esse movimento inspirou Clara Zetkin, famosa ativista alemã, a criar uma data anual para a comemoração da luta das mulheres nas conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague.
Décadas mais tarde, a luta feminista seguiu ativa, cada vez mais forte e presente: o direito ao voto se consolidou, as leis cresceram e se adequaram à realidade e somente em 1975, no entanto, que a ONU reconheceu a data como uma celebração dos direitos do gênero feminino e estabeleceu, então, que o dia 8 de março seria o Dia Internacional das Mulheres.
Recentemente, no Brasil, foi criada a Lei 14.611, de 2023, chamada de lei da igualdade salarial entre homens e mulheres. Se teve que ser feita uma lei para estabelecer salário igual para trabalho igual, significa que ainda hoje, em pleno ano de 2024, as mulheres ainda sofrem discriminação no local de trabalho. A Lei 14.611/2023 prevê, como medidas para garantir a igualdade salarial, o estabelecimento de mecanismos de transparência salarial, o incremento da fiscalização, a criação de canais específicos para denúncias de casos de discriminação salarial, a promoção de programas de inclusão no ambiente de trabalho, o fomento à capacitação e à formação de mulheres para o ingresso, a permanência e a ascensão no mercado de trabalho, em igualdade de condições com os homens.
O Poder Executivo federal disponibilizará, de forma unificada, em plataforma digital de acesso público, as informações fornecidas pelas empresas e indicadores atualizados periodicamente sobre o mercado de trabalho e renda por sexo, inclusive com indicadores de violência contra a mulher, de vagas em creches públicas, de acesso à formação técnica e superior e de serviços de saúde, bem como outros dados públicos que possam orientar a elaboração de políticas públicas.
O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Carlos Barbosa se soma na luta das mulheres por igualdade e respeito a todas as trabalhadoras, por um mundo mais justo e igualitário, e convida as metalúrgicas a se associar ao sindicato, fortalecendo a luta por dias melhores.