Na noite desta segunda-feira, os trabalhadores metalúrgicos de Carlos Barbosa, presentes na assembleia, aprovaram a proposta negociada com o sindicato patronal de Caxias do Sul, o Simecs. O reajuste aprovado ficou em 5,70% na competência da folha de setembro, o que representa um aumento real de 2,17%. O piso da categoria também teve um reajuste significativo: 9,51%, passando dos atuais R$ 1.716,60 para R$ 1.880,00 na competência da folha de dezembro.
Outro ponto aprovado foi a questão das câmeras de vigilância e monitoramento nas empresas, onde ficou mais clara a utilidade, bem como a localização dos aparelhos. Como a legislação é subjetiva, a convenção passa a especificar sua aplicação.
O próximo passo é informar o sindicato patronal sobre o resultado da assembleia e encaminhar a parte burocrática da documentação no sistema mediador do Ministério do Trabalho, o que deve ocorrer nos próximos dias.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Carlos Barbosa, Todson Marcelo Andrade, salientou que foi um grande acordo, valorizando o diálogo na mesa de negociação, e parabenizou os trabalhadores metalúrgicos presentes na assembleia. “Podem comemorar, pois este é certamente um dos maiores reajustes com aumento real do Brasil nos últimos anos. Este reajuste para mais de 6 mil metalúrgicos representa milhões de reais a mais injetados na economia local e regional.”
Para efeitos de comparação, os metalúrgicos de Canoas conquistaram 0,96% de ganho real; os metalúrgicos de Bento Gonçalves tiveram 0,84%, os de Caxias do Sul, 2.26%, e os de Porto Alegre, 0,65% de ganho real.
Câmeras de Monitoramento
Conforme a cláusula aprovada durante a assembleia, as empresas têm permissão para utilizar câmeras de vigilância para monitorar as atividades dos funcionários, visando garantir o cumprimento das certificações de conformidade, acreditações e certificações de sistemas, bem como para a segurança patrimonial e melhorias nos processos de serviços, produção e saúde e segurança do trabalho. No entanto, as empresas são obrigadas a cumprir requisitos de privacidade, segurança e conformidade estabelecidos pela legislação aplicável, e as imagens obtidas não podem ser usadas para fins ilícitos.
As empresas também devem informar previamente a localização das câmeras por meio de placas ou “planta baixa” de fácil visualização. A divulgação das imagens é proibida, exceto em processos judiciais, investigações ou quando exigida por órgãos públicos e certificadores.
O sindicato ressalta que qualquer uso indevido das câmeras para coagir os trabalhadores deve ser denunciado imediatamente.
Além disso, os metalúrgicos aprovaram a renovação de todas as cláusulas do Acordo Coletivo por 24 meses, garantindo a continuidade de benefícios como quinquênio, auxílio-creche e vale-transporte até 31 de agosto de 2025.