Por David Fialkow Sobrinho, mestre em Economia

O PIB subiu 1,1% no 2º trimestre de 2024, segundo o Banco Central. É a terceira alta em sequência. No 1º trimestre, cresceu 1,5%. PIB crescendo significa empresas vendendo mais, fazendo pedidos aos fornecedores, e estes se beneficiando de maneira idêntica, como uma pedra que cai na água, em círculos concêntricos cada vez maiores. Isso explica a geração de vagas e a queda na taxa de desemprego, 6,9% no 2º trimestre, o menor índice em dez anos, conforme o IBGE. É a metade do que foi em 2021.

Mais de dois milhões e 700 mil empregos foram criados entre 2023 e 2024. A renda média real da população ocupada cresceu nas Regiões Sul e Nordeste, mantendo-se estável nas demais regiões.
O que impulsionou os êxitos recentes? Maior poder aquisitivo com reajustes do salário mínimo acima da inflação e sua extensão aos aposentados do INSS. A isenção do Imposto de Renda a quem ganha até dois salários mínimos.

A volta da Farmácia Popular, com mais medicamentos gratuitos, ao diminuir o gasto do cidadão, aumenta o poder de consumo. O mesmo com a ampliação das creches. O Bolsa Família retirou 24 milhões de pessoas da fome e as incluiu no mercado. No lado da oferta, as vendas do Minha Casa, Minha Vida subiram 46% no 2º trimestre (Câmara Brasileira da Construção), com o incentivo federal de subsídios e juros baixos. A construção civil em geral subiu 18%.

Para o futuro, há o vento a favor do Nova Indústria Brasil, programa de crescimento e inovação da indústria. O setor privado engajou-se, anunciando investimentos nos setores automotivo R$ 130 bilhões (carros, ônibus e caminhões), de alimentos R$ 120 bilhões, siderúrgico R$ 100 bilhões, Saúde R$ 57 bilhões e papel e celulose R$ 67 bilhões, entre outros, ativando emprego e renda.

Os 100 novos Institutos Federais de Educação elevarão os esteios de capacitação. Tudo isso, apesar de dois entraves à economia, que o governo não controla: a alta taxa de juros por um Banco Central autônomo; restrições ao investimento sob o peso de um Congresso conservador. Entraves que são risco à trajetória ascendente. Removê-los abriria uma avenida à reindustrialização, em benefício de empresas e trabalhadores.

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