Por David Fialkow Sobrinho – economista
A retrospectiva de 2023 é positiva no fundamental. O PIB vai superar as previsões, devendo crescer 3% e a inflação cair abaixo do esperado, situando-se em 4,51%. Pela primeira vez, passou de 100 milhões o número de pessoas com alguma atividade remunerada, a taxa de desemprego caiu a 7,6% no 3º trimestre, a menor desde 2014, deixando para trás desemprego de dois dígitos de 2022.
Isto se reflete no aumento do otimismo do brasileiro quanto a 2023, registrado por pesquisa do Ipespe (07/12). Também é positiva a expectativa para 2024.
A cotação do dólar baixou para R$ 4,88, abaixo de R$ 5,23 no início do ano e mais ainda das expectativas de R$ 5,40.
Isto deve-se em boa parte à emenda ao orçamento feita pelo atual presidente antes de sua posse, garantindo investimentos produtivos e áreas sociais, injetando recursos na economia.
As exportações atingiram recorde de 320,8 bilhões de dólares, o saldo comercial, diferença entre exportações e importações, chegou a US$ 93,3 bilhões, crescendo 91,3% anualmente.
No 3º trimestre, a indústria cresceu 1% nos últimos doze meses. O consumo das famílias cresceu 3,3% em doze meses, o PIB de serviços subiu 1,8% puxado pelos estímulos do governo.
Tiveram impacto social e econômico o reajuste do salário mínimo acima da inflação, a isenção do imposto de renda até dois salários mínimos, a volta da Farmácia Popular, o incremento do Minha Casa Minha vida, o Plano Safra. O Desenrola atendeu 11 milhões de devedores, facilitando suas vidas e volta ao mercado.
A agenda ambiental em alta produz resultados e repõe a imagem do país no exterior, atraindo investimentos.
É ponto de atenção a taxa de juros de 11,75%, elevada mesmo após o corte feito pelo BC em 13/12, que limita o crescimento.
Deve impulsionar a indústria e os serviços o Programa de Aceleração do Crescimento, de 1,7 trilhões de reais. Idem, os bilhões de reais à pesquisa e inovação. Uma amostra disto foi o otimismo de pesquisadores e empresários com a visita da Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, à Feira do Grafeno, à Marcopolo e à Randon.