Por David Fialkow Sobrinho
Mestre em Economia

Em 2022, deve inaugurar o 5G no Brasil. Apesar do atraso, abrirá uma avenida de possibilidades à inovação e à indústria nacional. Inteligência artificial, máquinas que aprendem por conta própria, interagem com outras e são operadas remotamente, enfim ganhos de produtividade e geração de encomendas de insumos de alto valor agregado a outras indústrias.

Empregos de alta qualidade, tendem a acompanhar o processo. O risco do desemprego é grande, merece um artigo a parte. Por ora, adianto que isto pode ser enfrentado com a geração de novos postos e com o apoio do Estado, tanto com treinamento dos trabalhadores, quanto com redução de jornada. Na Europa, os sindicatos falam em jornada semanal de quatro dias.
O país que se demorar demais corre o risco de ser absorvido nos projetos neocoloniais dos EUA e outras potências. O Brasil priorizar matéria prima (soja, ferro, etc.) é um flanco aberto ao seu desaparecimento como Nação. A coisa é grave.

Mas, ainda temos chance. O caminho é um projeto nacional soberano. As pistas vêm de experiências de países e, na academia, de uma das maiores especialistas em inovação e crescimento no mundo, Mariana Mazzucato. Professora da Universidade de Sussex, Inglaterra, tem várias publicações a respeito, entre as quais recomendo um vídeo.

Entre outras coisas, Mazzuccato afirma que é falso que os capitais privados seriam sempre mais inovadores e superiores ao Estado, que não precisariam da ajuda do governo, o qual só atrapalharia. Ela mostra que a geração de Google, Facebook, Microsoft, e outras Big Techs contou com polpudo financiamento do Estado norte-americano à pesquisa e com o recebimento de encomendas de bilhões de dólares dos Departamentos de Defesa e de Energia. Sem isso, muitas estariam no cemitério de boas ideias que não deram certo.

Coreia do Sul, China, Índia e também Alemanha e França incentivam com verbas e encomendas a inovação de suas empresas. E nós, vamos continuar acreditando em geração espontânea?

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