Por David Fialkow Sobrinho, mestre em Economia

O governo federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, visando impulsionar e modernizar a indústria nacional até 2033.

Estão previstos 300 bilhões de reais em crédito, subsídios e exigências de conteúdo local nos produtos.
O plano não partiu da mente de um iluminado, foi fruto do esforço de 20 ministérios, 21 segmentos industriais e de trabalhadores e uma dezena de especialistas. Focados nas oportunidades e desafios para a indústria se desenvolver.

Nação alguma alcançou o desenvolvimento sem ter a indústria como eixo fundamental. EUA e Europa, cujas indústrias se deslocaram a terceiros países, agora tentam trazê-las de volta.

O programa não é feito por setores, mas por missões, fronteira do debate no mundo, voltadas a atender os interesses da sociedade. São seis missões: cadeias agroindustriais; complexo econômico-industrial da saúde; infraestrutura, saneamento e moradia; transformação digital da indústria; economia da transição energética; tecnologias de interesse à soberania nacional.

Baseou-se num programa exitoso, o Plano Safra, que deu produtividade e competitividade ao agronegócio. A ideia é fazer algo semelhante com a indústria, que dê previsibilidade de recursos e meios para uma indústria mais inovadora, mais produtiva, mais verde, mais digital e mais exportadora.
Para Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp, o plano “está no caminho certo”, acompanha as transformações na economia mundial e a fronteira tecnológica. “Sem a indústria não vamos conseguir passar de um país de renda média para um país de renda alta”.

O processo está sendo construído com a iniciativa privada. Espera-se que, ao inovar, gere efeito de transbordamento, spillover, turbinando o setor de serviços. Vai gerar empregos de alta qualidade e renda, expandindo o mercado interno, nosso maior trunfo. Com este passo, o Brasil se atualiza. As políticas industriais voltaram ao centro das atenções, afirma o FMI, 22/01/24.


Para Assis Melo, presidente da Fitmetal, o plano é um “marco histórico”. Os obstáculos são grandes, o financeirismo tem força e tenta manter o país no atraso. Mas, A mobilização da sociedade pode dar vez a esta oportunidade.

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