Mulheres trabalham na linha de produção da fábrica de armamentos Brewery Road Works, em 1916, na Inglaterra

Existem várias versões do motivo pelo qual o dia 8 de março foi um marco na luta feminina, sendo que todas elas envolvem mulheres operárias brigando por direitos trabalhistas.

A mais aceita é a versão sobre um incêndio criminoso em uma fábrica têxtil, na cidade de Nova York, que acabou matando queimadas centenas de mulheres que manifestavam sua insatisfação com as condições de trabalho na qual estavam inseridas.

Supostamente, os patrões insatisfeitos trancaram as trabalhadoras dentro da fábrica e colocaram fogo. Como não há registros de greve em 1857, menos ainda numa atrocidade do tipo, uma teoria afirma que essa versão surgiu porque socialistas franceses, seus criadores, queriam ocultar a origem soviética da data, de forma que ela fosse mais fácil de engolir no mundo capitalista.

“Algumas feministas francesas enxergam esse mito um capítulo no longo conflito entre feministas e comunistas sobre se as mulheres têm direitos além do que lhes é concedido como trabalhadoras, afirma a historiadora Amy Kaplan, da Universidade da Pensilvânia.

O Dia da Mulher foi proposto diversas vezes. A primeira dela, nos Estados Unidos, em 1909, pelo Partido Socialista da América. Seria a União Soviética a fixar o 8 de março. Uma greve das trabalhadoras de Petrogrado (atual São Petersburgo), aconteceu em 8 de março de 1917. A greve foi considerada um dos chutes iniciais da revolução que os levaria ao poder. Assim, Lênin tornou a data um dia comemorativo oficial da União Soviética, ainda em 1917. Na Terceira Internacional Socialista, em 1922, a data foi compartilhada com os demais marxistas do mundo.

O Dia Internacional da Mulher continuou a ser um feriado comunista até 1967. Foi revivida nos EUA por um grupo na Universidade do Illinois que incluía filhas de comunistas americanos que ouviram falar do feriado. Desde então, se tornou a ocasião para um novo sentido de consciência feminina e um novo senso de internacionalismo feminista.

Em 1975, no Ano Internacional da Mulher, a ONU sugeriu a a adoção internacional dessa data. Seria oficializada pela Unesco em 1977.

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