Por David Fialkow Sobrinho, mestre em Economia

Cabe refletir sobra a eleição, afinal ela define rumos que afetam a vida da sociedade, das pessoas. Como está a representação do trabalhador?
Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), órgão independente de análise, a representação do trabalhador no Congresso Nacional caiu de 83 integrantes, em 2014, para 51 em 2018. Atribuem a queda “às reformas trabalhista e sindical que enfraqueceram as organizações sindicais”, entre outras.

Da ciência econômica, sabe-se que grupos pequenos e com alto poder econômico, conseguem obter mais resultados nas decisões do que grandes grupos sem recursos econômicos, mesmo que organizados.
É verdade que os trabalhadores conquistaram direitos no passado, mas após longas batalhas, exercendo pressão de fora para dentro dos órgãos de poder. Entretanto, no dia a dia dos governos e parlamentos, a presença diminuta do trabalhador se reflete nas decisões, muitas das quais desagradam os eleitores.

É uma inversão, a maioria da população acaba elegendo representação majoritariamente de segmentos da minoria. E depois paga um preço amargo pela escolha. Isso se deve a que, via de regra, é preciso muitos recursos para eleger alguém, e os espaços nas manchetes estão fechados ao trabalhador, que também é vítima de preconceito na política, como se este mundo estivesse reservado apenas a iluminados.

Registre-se que não basta ser trabalhador, precisa defender os anseios da classe. Há casos de empresários que se posicionam ao lado de trabalhadores, mas são exceções. Há trabalhadores que defendem interesses patronais, por ingenuidade ou compromissos da campanha. Por isso, é chave observar a plataforma e trajetória dos candidatos.

Segundo o DIAP, uma maior representação do trabalhador ajudaria a corrigir o desequilíbrio quanto à presença dos diversos segmentos sociais nos espaços de poder. Abriria caminho novo de arejamento das relações e de diálogo em prol do desenvolvimento e da Nação. Todos ganham.

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