Confira a entrevista completa com a professora Sandra Seleri na área Vídeos do Facebook/metalurgicosdecarlosbarbosa.

No dia 15 de outubro foi comemorado o Dia do Professor. O Sindicato dos Metalúrgicos conversou com a professora de Química da Escola Estadual Elisa Tramontina, Sandra Seleri, para compreender os desafios e alegrias da profissão. Você pode conferir a entrevista completa, por vídeo, no endereço Facebook.com/metalurgicosdecarlosbarbosa. Aqui, descrevemos um trecho:

Sindicato dos Metalírgicos de Carlos Barbosa: Você acompanhou um grupo de estudantes cientistas em feitas no exterior e acabou conhecendo outras realidades. Como compara o ensino no Brasil em relação a outros países?


Professora Sandra Seleri: Começamos em feiras regionais e, aos poucos, fomos indo mais longe, como feiras internacionais. O pessoal acha que o bom é ganhar o prêmio, mas recebemos muito mais em uma feira. Têm vários outros brindes. Um deles é ter contato com pessoas de outros países, não só conhecer a metodologia de ensino, mas saber como é a vida e a pessoa, em si.

Quando estivemos em Nova York, ficamos hospedados em um alojamento de uma universidade, onde era reservado um prédio para os professores, um para os alunos e outro para as alunas. Dividíamos os quartos com pessoas desconhecidas, justamente para que pudéssemos conhecer outras realidades. Fiquei em um quarto com uma professora de escola pública indiana, e conversando com ela sobre o ensino, contou-me que na Índia os alunos já começam a ter aulas de robótica no terceiro ano do fundamental. Cada aluno recebe uma maleta com um kit de robótica e esse kit vai recebendo incremento a cada ano. Ao final do Ensino Médio o kit já se transformou em uma mala de rodinhas. Lá, embora o país também tenha problemas, o ensino é focado na tecnologia.

Aqui, o pouco que se ensina robótica parte da iniciativa do professor, sem incentivo nenhum do sistema de ensino. Sabemos que robótica não vai resolver o problema da educação, mas é só um exemplo de como não estamos preparados e nos preparando para o que está acontecendo nos dias de hoje. Não se trabalha a questão tecnológica no sistema de ensino brasileiro. Não sei se é falta de recursos. Parece que é uma questão de gestão, mesmo. Quando a verba vem, chega amarrada. A direção da escola não tem autonomia sobre a verba.

Se esses recursos fossem melhor geridos, não precisaríamos, todo início de ano, pedir para o aluno trazer um pacote de papel higiênico. Quantas escolas têm laboratório? Mesmo tendo aula de ciências temos que pedir para o aluno imaginar algo acontecendo ou rodar um vídeo mostrando um experimento que foi feito em um lugar distante, que para o aluno parece abstrato, algo que ele nunca poderia fazer. Ou fazemos isso ou o professor tem que se restringir aos básicos experimentos com açúcar e sal, algo que, geralmente, a escola pode dispor.

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