Por Todson Marcelo Andrade
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Carlos Barbosa

Foto: Gustavo Roth/Folha Imagem

Imagine você trabalhar durante toda a sua vida, desde a juventude, para poder descansar na velhice e isso não acontecer. É o que está acontecendo com milhares de brasileiros neste momento. E não são apenas idosos, mas também doentes, que precisam de recursos para poderem comprar remédios e alimentos básicos. O cenário é desolador.

Desde junho de 2018 a Controladoria Geral da União (CGU) vinha alertando sobre os problemas. O anúncio era claro: os servidores do INSS estavam se aposentando e o governo não estava repondo o quadro efetivo. Além disso, na época, o CGU recomendou que medidas fossem adotadas para melhorar a análise dos pedidos de aposentadoria após a digitalização do serviço. As falhas no planejamento e na implementação do projeto eram evidentes.

Hoje as manchetes dos jornais denunciam mais de 1,3 milhões de pedido atrasados há 45 dias em um universo de 2 milhões. Ali estão encaminhamentos para auxílio doença, indenização por acidente de trabalho e entradas de aposentadoria. Poderia ser seu avô, sua mãe ou você. Também somam mais de 108 mil auxílios licença-maternidade atrasados. Quem você conhece que poderia estar nessa situação?

Enquanto isso, os atendentes do INSS enxugam gelo. A média é de um profissional para cada 3.100 segurados. O governo anunciou recentemente que colocará militares da reserva para uma força-tarefa. O que vão fazer? Conhecem o procedimento interno? São os mais indicados para essa função? Claro que não! Isso é uma medida paliativa e provisória e não uma estratégia para melhorar o atendimento do INSS para os trabalhadores.

Por isso, não se podemos esmorecer. Não importa se você votou em A ou B. É nosso dever fiscalizar e cobrar que o estado forneça um serviço de qualidade com quem produz ou produziu a riqueza da nação.

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